Postal #1 Viloa Madeirense
a COLEÇÃO FOLKLORISTAS ✦
Sempre foi um desejo meu, muito antigo, em desenhar uma coleção de baralho de cartas, inspirado no anime pelo qual fui apaixonada toda minha infância: Sakura Card Captors!
Naquele tempo eu gostava de muitas coisas, então meus projetos eram abandonados com certa frequência. Há 10 anos eu conheci de perto o mundo do folclore e finalmente me encontrei na vida, tanto pessoal quanto profissionalmente!
Então a ideia desse projeto finalmente se concretizou: A coleção de cartões-postais 𝑭𝒐𝒍𝒌𝒍𝒐𝒓𝒊𝒔𝒕𝒂𝒔 estrelará as mais lindas camponesas europeias (a princípio), de regiões escolhidas pelos meus seguidores no instagram, envergando seus trajes folclóricos, utensílios e acessórios regionais.
Comece por você mesmo!
Como minha ancestralidade é todinha da Ilha da Madeira, a primeira folklorista tinha que ser a 𝓥𝓲𝓵𝓸𝓪 𝓜𝓪𝓭𝓮𝓲𝓻𝓮𝓷𝓼𝓮! Escolhi representar o traje mais conhecido possível: o da florista ou camacheira! Ainda pretendo fazer outras versões, destacando diversos tipos de serviços e trajes da classe rural.
O traje madeirense tem traços muito mais antigos do que se pretende por “século 19”. Camisola de linho puro da terra (aquele bem grosso feito no tear caseiro), botões de ouro ou feitos com linha (dorset buttons). Colete/justilho feito em lã, bordado com linhas de lã/algodão. Debruado com fita de gorgurão, de lã ou até mesmo pele de animais.
A saia de lã, listrada bem colorida (tingida com plantas encontradas na região), como é este caso muito comum na Camacha. São normalmente feitas em duas partes: o cós e o corpo, além do debrum (ou forro) que era mais fino do lado da frente, e grosso do avesso, normalmente em linho ou tecido que pudesse ser surrado e substituído.
Nem todas as camponesas tinham acesso ao ouro, mas sabemos que esse era o meio mais clássico de ter um dote, portanto sempre que possível, ia-se comprando itens como: cordões, brincos, pingentes, pulseiras, anéis, abotoaduras e alamares. A roupa do “cote” não era comum se
A minha viloa carrega um cesto com bolo de mel, broas e também biscoitos no formato da Casa de Santana como os que eu fiz no Natal de 2022! Foi uma brincadeira alusiva a essa produção dos meus quitutes pelo Da.Vilhoa.
A Cruz da Ordem de Cristo foi o símbolo que escolhi para representar a região, já que é um dos símbolos portugueses mais tradicionais, da época dos Descobrimentos, ainda muito presentes nas igrejas e na bandeira oficial da Madeira.
A curiosidade secreta é:
Agora você deve estar se perguntando… Porquê rosas? Já que a floresta endêmica da Ilha da Madeira é a laurissilva, ou seja, rica em louros, não rosas!
Bem, o propósito da coleção é também ensinar algumas curiosidades interessantes sobre os trajes folclóricos apresentados, e me ocorreu que seria uma boa oportunidade para falar + sobre o queridinho colete, corpete ou justilho! Pois é, na escassez ou inviabilidade do uso da barbatana de baleia (eram caçadas pelos madeirenses, principalmente a cachalote, atividade que atingiu seu auge na década de 40) o cabo das rosas era um tipo de pau usado para estruturar o colete em regiões mais altas. Já em zonas mais quentes, o material mais acessível seria a cana-de-açúcar. Sabemos que esta prática é usada desde a idade média pelos camponeses, que normalmente tratavam a cana ou junco, assim formando pequenas palitos que serviriam como estrutura dessa peça que era o suporte das costas e dos seios, numa época que não existia sutiã como conhecemos. Vejam só, mesmo a rosa que é linda e cheia de espinhos, pode ser preparada para este novo objetivo, bem rente à pele!
Outro aspecto que me fez escolher a rosa é porque a Madeira é conhecida como o jardim do atlântico, principalmente por sua Festa das Flores que ocorre todo Abril durante a primavera. (É preciso dizer que a grande maioria das flores apresentadas sequer são cultivadas lá, mas sim importadas de África do Sul).
Para começar a sua coleção é só dar uma passadinha na lojinha aqui do site! Envio por carta, é baratinho e chega rápido ♥